sábado, 1 de março de 2008

Eu contra o mundo

Eu contra o mundo. É como tenho me sentido nos últimos tempos. Minha impotência diante de tudo o que acho errado tem me deixado definitivamente impaciente e desiludido. Quando chegamos a esse estado temos alguns caminhos a seguir: a depressão e reclusão, a aceitação passiva à falta de adaptação ao mundo. A outra opção é partir para o confronto. Tolerância zero, ataque a tudo aquilo que te incomoda, seja por meio de ironia, indiferença ou agressão, se for preciso. Uma opção radical, esse é o caminho que escolhi.
Muitos podem pensar que essa ode à agressividade é um absurdo, fruto de uma cabeça doentia que quer descontar no mundo toda a sua frustração. Garanto que não é. Aliás, confesso que toda essa insatisfação tem me trazido uma paz interior muito grande. É estranho, mas a partir do momento em que se assume uma postura mais combativa diante do mundo, sem excesso de diplomacia, ponderação e aceitação forçada, você começa a chegar perto da tal da liberdade. Não estou querendo dizer que devemos nos portar como aquele personagem do Michael Douglas em “Um dia fúria” e sair por aí quebrando lojas, arrumando brigas e tramando assassinar algum desafeto. É algo bom de se pensar às vezes, mas que fique só na vontade. O que eu defendo é que de vez em quando a gente mande um grande foda-se para certas convenções, regras sociais e valores e deixemos fluir de forma mais contundente nossas opiniões e sensações. Eu, pelo menos acredito que ainda tenha bom senso suficiente para saber aonde, o que e quando deva liberar essa agressividade. Sabendo isso, é só deixar rolar.
Esse manifesto não quer tentar convencer que a revolta seja a mais saudável e recomendável sensação humana. Eu sei que não é e nem pretendo que ela seja minha prioridade para o resto da vida. Me imagino sereno e espiritualizado num futuro próximo ou distante. Apenas acredito que todos nós precisamos de uma fase onde a indignação fique, digamos, mais exacerbada. Algumas pessoas podem até não precisar, conheço gente que é uma pilha desde que nasceu, para estes só recomendo semanas relaxando na praia, cachoeira, sessões de meditação, entre outras coisas. Mas não é o meu caso. Para mim que sempre fui muito ponderado, idealista, “um típico humanista” como diz um amigo meu, um chute no balde me parece fundamental. Todas as tentativas de se adaptar e entender os outros nunca me trouxeram nada, apenas angustia e decepção. Por isso, não me preocupo nem um pouco com aqueles que se ofenderem ao longo da jornada. Aqueles que desaparecerem com a minha fase sincericida serão apenas os que já não fazem a menor falta.
Eu contra o mundo. Argumentação coerente contra a hipocrisia vigente ou desespero de quem não consegue se encontrar? Tanto faz, o fato é que embarquei nessa e estou gostando. Sei que um dia a minha realidade será outra, mas ainda sim me lembrarei com orgulho dessa fase onde tive que “pegar em armas” e partir para uma guerra particular. O zen saberá que só chegou a tal sabedoria graças às batalhas travadas pelo inconformado do passado.

3 comentários:

Talita Cardoso disse...

nossa , me identifiquei muito com tudo que voce escreveu...
e até agr pouco eu tava me considerando a ultima moicana com pensamentos não entendidos por ninguem...rs
alias,parabéns vc escreve muito bem.

Bruna França disse...

pedro, percebi nesse texto que precisamos trocar mais idéias e com urgência
bora marcar uma cerveja esses dias q ja faz tempo q nossa amizade anda enfraquecida, prego!
vc continua escrevendo freneticamente bem
bjos

Anônimo disse...

"O zen saberá que só chegou a tal sabedoria graças às batalhas travadas pelo inconformado do passado." Isso se resumiu bem...

E boa sorte à essa nova "jornada"...


ABraço